Untitled - Insanidade
Não sou sano.
A minha mente contorce
A garganta do saudável,
Do normal, do sensável:
Estrangulo-a.
Os preconceitos ilógicos
Deslizam por ela abaixo,
Como resíduos por uma sarjeta.
Dela desencaixo
A voz que tudo escura,
E pinta a razão de preta,
Mascarando-a.
Porque...a razão faz-nos livres.
É simples pensar
Que sonhar e realizar,
Criar, Idealizar...
Amar;
É a razão de sermos vivos.
Foi esta razão que nos fez voar,
Foi ela que nos fez nadar;
É por ela que admiramos
As belas estrelas a gritar,
E as galáxias a girar,
E as nebulosas a amar
Suas minúsculas crias de luz a brilhar.
E vivo a razão por isso:
Porque me diz para ser eu
Sem perguntar porque é azul o céu,
Apenas vê-lo como é;
Pois a razão de o ser,
É Atlas se manter em pé,
E suportar sem fraquecer
As manhas que vemos nascer.
É simples de pensar
Porque tudo é assim:
Porque eu sou eu,
E vivo aqui em mim.
É para estar vivo,
Porque disso eu preciso
Para fazer o que faço,
Escrever e dizer,
O que penso e sinto,
Num mundo onde o sonho
Vagueia desconhecido.
Mas eu sonho, porque desejo
E desejo porque sinto
E sinto porque estou vivo
E vou continuar a viver
Porque o sonho é humano:
É a estrada de nosso ser.
E é essa a simples razão
Que me faz assim pensar,
Que me faz para sempre sonhar.
E quem não quiser acreditar
Que é livre se saltar e voar,
Pelas nuvens viver e navegar;
Quem me achar insano,
E que blasfémias estou a proferar,
Que de um alto penedo se atire:
Se estatele contra o chão.
Porque insana é a sua mente,
E mais ainda o seu coração.
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